Na primeira volta, na Luz, o Benfica fez diante do Nacional uma das melhores exibições da época e goleou por 6-1. Ontem, o jogo foi muito diferente, mas para aquilo que interessa aos objectivos das águias o resultado foi o mesmo: a conquista dos pontos que permitem aos encarnados seguir na liderança e com três pontos de vantagem sobre o Braga, que vão receber na próxima jornada, dentro de duas semanas. Como se previa, foi um jogo complicado, diante de um Nacional que tudo fez para roubar pontos ao Benfica, mas se desta feita a equipa de Jorge Jesus não conseguiu atingir os patamares exibicionais de outras partidas, revelou uma solidez a toda a prova e o carácter de que são feitos os campeões. Assim se percebe que, depois de Cardozo ter desperdiçado um penálti, a equipa não tenha acusado o golpe e, apenas dois minutos depois, tenha encontrado o caminho do golo, cujo mérito vai por inteiro para Rúben Amorim, que rasgou a defesa contrária e permitiu ao paraguaio passar de vilão a herói.
Antes do jogo, o treinador dos encarnados havia alertado para o pouco tempo de descanso. Apresentando praticamente o mesmo onze que tinha defrontado o Marselha - para além do regresso de Quim à baliza, mudou os laterais apostando em Rúben Amorim e Fábio Coentrão -, a verdade é que em alguns jogadores foi notório que a frescura já não é a mesmo de outros tempos. Até porque Manuel Machado apresentou em campo uma equipa bastante fechada, com três centrais e um meio-campo de combate - com Luís Alberto em plano de evidência, anulando por completo Aimar -, deixando o ataque praticamente só entregue a três homens, dos quais apenas João Aurélio, pela direita, mostrava velocidade para incomodar a defesa encarnada.
No primeiro tempo, era sobretudo no meio-campo que se disputava o jogo e ao Benfica ia valendo o poder de combate e choque de Javi García para manter os equilíbrios. Lances de perigo, poucos. Do lado do Nacional uma boa jogada de João Aurélio mal concluída por Edgar foi uma ameaça sem perigo de maior e Quim só teve de se empenhar a sério num tiro de Luís Alberto (24'). Já as águias, sem conseguirem trocar a bola com a habitual destreza e velocidade - a relva também não ajudava - tiveram aos 17' e 19' duas boas ocasiões, ambas começaram nos pés de Fábio Coentrão, mas Cardozo e Saviola perderam tempo de remate e permitiram o corte.
Jorge Jesus manteve a confiança no onze e não fez substituições ao intervalo. Logo após o recomeço, Coentrão deu o mote com um forte disparo que Bracali defendeu com dificuldade. Os irrequietos Di María e Saviola, mesmo sem estarem numa noite de grande inspiração, em especial o primeiro, iam mantendo em sentido a defesa do Nacional, que quase abdicara de atacar.
Aos 59', Diego Barcellos foi a primeira aposta de Manuel Machado, mas não esteve nada feliz - terá cometido um penálti sobre David Luiz, pelo menos foi esse o entendimento do árbitro, e abandonou o campo lesionado, já depois do Benfica ter feito o golo. Já Jorge Jesus, apanhando-se em vantagem, não correu riscos como diante do Marselha. Mandou os seus jogadores vestirem o fato-macaco e defender com unhas e dentes o resultado. As substituições que fez refrescaram as laterais e reforçaram o poder de choque na linha intermédia, com Ramires a juntar-se a Javi García após a saída de Aimar. As opções atacantes do Nacional, nada de novo trouxeram e tirando um cabeceamento de Cléber, após um canto, Quim teve um resto de jogo descansado. Aliás, com maior espaço para sair em contra-ataque, o Benfica podia até ter matado o jogo mais cedo, mas Cardozo (72') e Maxi Pereira (90'+2') não finalizaram da melhor forma.
Nacional 0-1 Benfica
Estádio da Madeira
relvado razoável
4646 espectadores
Árbitro Paulo Baptista (AF Portalegre)
Assistentes José Braga e Luís Tavares
4º árbitro Marco Ferreira
Treinador Manuel Machado
1 Bracali GR 6
2 Patacas LD 5
4 Halliche DC 4
3 Felipe Lopes DC 5
6 Cléber DC 4
55 Nuno Pinto LE a 59' 4
8 Luís Alberto MD 7
30 Leandro Salino MD a 68' 4
23 João Aurélio AD 5
77 Thiago Gentil MO 4
9 Edgar Silva AV 4
-
24 Elisson GR
33 Tomasevic DC
34 Alex Bruno DC
99 Amuneke AE d 76' 3
10 Pecnik MO d 68' 3
19 Diego Barcellos AVd59' 76' 2
11 Pedro Oldoni AV
amarelos 40' Felipe Lopes, 56' João Aurélio, 61' Cléber, 62' Diego Barcellos, 90+3' Pecnik
vermelhos nada a assinalar
Jorge Jesus Treinador
12 Quim GR 6
5 Rúben Amorim LD 7
4 Luisão DC 6
23 David Luiz DC 6
18 Fábio Coentrão LE 6
6 Javi García MD 6
8 Ramires AD 6
10 Aimar MO a 70' 4
20 Di María AE a 87' 5
30 Saviola AV a 82' 6
7 Cardozo AV 5
-
13 Júlio César GR
14 Maxi Pereira LD d 72' 5
27 Sidnei DC
25 César Peixoto LE d 82' 3
17 Carlos Martins MO
21 Nuno Gomes AV
31 Alan Kardec AV d 87' -
Golo
[0-1] 65' Cardozo
amarelos 28' Ramires, 70' Aimar, 90' David Luiz
vermelhos nada a assinalar
Fonte: OJOGO, 15 de Março
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