sexta-feira, 12 de março de 2010

SLB - Marseille (11-03-10) resumo

Não foi o Benfica dominador, tanto a nível interno como na sua cavalgada europeia, aquele que mediu forças com o Marselha, num jogo que primou pelo duelo táctico de parte a parte e com um desfecho para o qual o binómio sorte/azar muito contribuiu. A criatividade acima da média das principais unidades encarnadas deu lugar, desta feita, a um grande espírito de sacrifício, indispensável para ultrapassar uma equipa com grande acerto estratégico, que nunca deixou de discutir o resultado em terrenos adiantados. De tal forma que foram os franceses os primeiros a ser traídos pela falta de sorte, a mesma que atingiu em cheio o Benfica na parte final e o obriga agora a outro tipo de abordagem no segundo jogo.

Jorge Jesus não atira a toalha ao chão, mesmo que, como tenha referido por antecipação, o Campeonato é prioritário em comparação com a Liga Europa, e atirou para cima da mesa, no final, o argumento da capacidade encarnada para marcar em Marselha no segundo jogo. E esta é uma esperança a que os encarnados se poderão agarrar com todas as forças, até porque basta recordar, para isso, que nos cinco jogos europeus do Benfica fora da Luz, apenas não marcou no terreno do AEK de Atenas. Contudo, para transformar essa perspectiva em algo palpável, terá o técnico encarnado de engendrar outro esquema que liberte a arte benfiquista, que ontem apenas surgiu a espaços demasiado curtos.

E a culpa de um rendimento com mais suor e menos brilho dos encarnados terá de ser assacada à capacidade táctica exibida pelo Marselha. Didier Deschamps apostou de início num meio-campo que apostava na anulação dos espaços entre linhas, o que afastava de imediato o perigo das combinações Aimar/Saviola - quebraram esse espartilho aos 41' e o camisola 10 quase marcou -, fruto de uma intensa pressão logo à saída do último reduto do Benfica. Com Cheyrou e Cissé a carregar o piano, sobrava espaço para a magia de Lucho González abrir brechas na muralha da Luz, e falta tempo de reacção aos organizadores de jogo da equipa da Luz, pois tanto Javi García como Ramires eram obrigados a esforço redobrado para recuperar a posse de bola e conseguir ultrapassar essa primeira linha defensiva dos marselheses. Além disso, a colocação do gigante Brandão na esquerda do ataque, a emparelhar com o bem mais baixo Maxi Pereira, permitia um jogo directo e o perigo inerente à conquista da segunda bola após o embate entre estes jogadores.

Demorou o Benfica a encaixar neste colete de forças, tendo mesmo experimentado vários calafrios - as primeiras oportunidades claras de golo foram desperdiçadas por Lucho e Brandão -, até que Jesus corrigiu posições, pediu a Luisão maior apoio aéreo ao seu lateral-direito, o que equilibrou as operações, mas manteve as dificuldades de penetração no ataque. Di María, sem apoio de Peixoto, esbarrava no muro contrário e só com muito esforço logrou construir algumas situações de apuro, embora tenha colocado em evidência a menor qualidade de um dos sectores do adversário, a defesa. Sempre que o Benfica acelerou a transição defesa/ataque, a retaguarda do Marselha mostrou permeabilidade.

A primeira parte terminou com um Benfica a conseguir libertar-se das amarras, mas essa liberdade notou-se mais quando Jesus lançou Carlos Martins para o lugar de Aimar, com o médio português a dar outro andamento à equipa, com mudanças de velocidade e de flanco de jogo constantes, que impediam o Marselha de manter a tal coesão táctica da etapa inicial. A par desta alteração, também Ramires derivou mais para zonas centrais, ganhando o Benfica maior preponderância nessa zona do terreno. E, com isso, soltou-se Di María, que se juntou a Maxi Pereira - que de mártir na defesa passou a grande dinamizador do flanco direito do ataque -, não se estranhando que tenha sido mesmo o lateral-direito das águias a acorrer a uma jogada construída por Angelito e a desempatar a contenda.

Contudo, quando os adeptos já esfregavam as mãos de contentamento relativo pelo magro triunfo e sem que do banco tenha saltado um reforço para ajudar a anular o previsível assalto final do Marselha, a menor capacidade de marcação de Fábio Coentrão permitiu que do seu flanco saísse o cruzamento para o recém-entrado Ben Arfa, ao segundo poste, despejar água gelada sobre os da Luz. Resta agora o tal argumento da capacidade goleadora do Benfica na condição de visitante para deixar a porta dos "quartos" entreaberta.




Benfica 1-1 Marselha
Estádio da Luz

relvado excelente

46 635 espectadores

Árbitro Felix Brych (Alemanha)

Assistentes Volker Wezel e Thorsten Schiff

4º árbitro Manuel Grafe

-

Benfica
Treinador Jorge Jesus

13 Júlio César GR 6

14 Maxi Pereira LD 7

4 Luisão DC 5

23 David Luiz DC 5

25 César Peixoto LE a 77' 4

6 Javi García MD 6

8 Ramires MO 6

20 Di María MO 5

10 Aimar MO a 65' 4

30 Saviola AV a 88' 5

7 Cardozo AV 6

-

1 Moreira GR

28 Miguel Vítor DC

18 Fábio Coentrão LE d 77' 3

5 Rúben Amorim MD

17 Carlos Martins MO d 65' 5

32 Éder Luís AV d 88' -

31 Alan Kardec AV

-

Golo [1-0] 76' Maxi Pereira

amarelos 66' Maxi Pereira

vermelhos nada a assinalar

Marselha
Treinador Didier Deschamps

30 Mandanda GR 4

24 Bonnart LD 6

21 Diawara DC 4

17 Mbia DC 4

3 Taiwo LE 5

6 Cissé MD 6

8 Lucho González MO 6

7 Cheyrou MO 6

18 Abriel AD a 70' 3

9 Brandão AE 6

11 Niang AV a 75' 5

-

40 Elinton Andrade GR

5 Hilton DC

12 Kaboré MD

10 Ben Arfa MO d 75' 6

28 Valbuena AD d 70' 5

14 Koné AE

23 Morientes AV

-

Golo [1-1] 90' Ben Arfa

amarelos 48' Lucho González, 71' Brandão

vermelhos nada a assinalar


Fonte: OJOGO, 12 Março



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1 comentário:

  1. em meu entender a crónica faz uma abordagem correcta ao que se passou no relvado mas deveria dar ênfase a três aspectos: 1º) Aimar não deveria ter jogado, pois está sem ritmo ,2º) o mesmo se aplica a César Peixoto , jogador muito lento sem explosão e 3º) deveria ter entrada Rubém Amorim e não Èder Luìs , jogador em minha opinião sem categoria para jogar no benfica, passando Di maria a fazer companhia a Cardoso no ataque.Penso que com estas alterações o resultado poderia ter sido outro.

    Fernando Dias

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