Os muitos adeptos benfiquistas que ontem se deslocaram a Coimbra cedo começaram a fazer a festa e a gritar: "Nós só queremos o Benfica campeão". E não precisaram de esperar muito para ver a sua equipa bem lançada nesse objectivo e na frente do marcador. A forte entrada em campo das águias, simboliza bem a vontade de todo o grupo comandado por Jorge Jesus de não falhar a conquista do tão ansiado campeonato. Mas, como em quase tudo na vida, nada cai do céu e foi preciso lutar pelos três pontos. A Académica deu luta, chegou a empatar o jogo, mas uma vez mais, o Benfica e Jorge Jesus puderam contar com armas que desequilibram as contendas a seu favor. Di María, que durante largos minutos de jogo andou escondido, mostrou por que vai ser titular da Argentina no Mundial: inventou os segundo e terceiro golos, que Weldon e Rúben Amorim concretizaram. No final, a forma efusiva como jogadores, técnicos e adeptos celebraram a vitória disse tudo: já cheira a festa, já cheira a título de campeão, que está a quatro pontos de distância.
Sem poder contar com Luisão (castigado), o treinador encarnado chamou, como se esperava, Sidnei ao onze e no ataque - Saviola foi convocado mas nem no banco se sentou - colocou Weldon ao lado de Cardozo - que pareceu não estar cem por cento recuperado da lesão sofrida diante do Sporting. De resto, a outra principal novidade foi a aposta em Rúben Amorim por troca com Ramires. Do lado da Académica, Villas-Boas teve de mexer igualmente na dupla de centrais, colocando Luiz Nunes ao lado de Berger, dada a lesão de Orlando. E, seja por falta de rotinas dos centrais da Briosa, ou apenas por mérito da pressão exercida pelas águias desde o primeiro segundo de jogo, a verdade é que a Académica cedo se viu em apuros e em desvantagem. Como tantas vezes esta época, um lance de bola parada, no caso um lançamento lateral, deu origem ao primeiro golo. O seu autor, o jóquer Weldon, uma aposta pessoal do treinador encarnado neste defeso e que, embora tenha poucas oportunidades perante a forte concorrência de Cardozo e Saviola, tem feito tudo para as aproveitar. Aliás, o ex-Sport Recife começou o campeonato a dar o primeiro ponto às águias - frente ao Marítimo a equipa perdia e o seu golo valeu o empate - e tanto ontem como na anterior deslocação ao campo da Naval desembrulhou situações complicadas com dois golos.
Mas, ainda antes do segundo golo encarnado, a Académica, com uma boa atitude e organização em campo conseguiu empatar o encontro. Foi num lance de alguma felicidade de Diogo Gomes, é certo, mas que a Briosa fez por merecer. Aliás, como poucas vezes tem acontecido, o Benfica foi uma equipa pouco segura na posse de bola na primeira parte, facto que não é alheio à ausência de Luisão, uma vez que Sidnei e David Luiz perderam várias bolas, sobretudo, em saídas para o ataque.
No entanto, o Benfica não se deixou abater e voltou a uma situação de vantagem graças a genialidade de Di María e o killer instinct de Weldon, numa excelente finalização do brasileiro. E foi com a vantagem no marcador que Jorge Jesus soube jogar no segundo tempo. Refreou os ímpetos atacantes da equipa e preferiu jogar mais na expectativa - a entrada de Carlos Martins por Cardozo é disso exemplo - consentindo algum domínio territorial ao adversário. Villas-Boas apostou em Vouho - entrou pelo apagado João Ribeiro - e com Éder e Sougou sempre muito mexidos no ataque, conseguiu deixar em sentido o Benfica, embora só tenha estado verdadeiramente perto do golo em dois lances de bola parada: um cabeceamento de Éder (58') e depois, aos 78', o mesmo jogador, em boa posição para marcar, caiu na área aparentemente sem falta de Sidnei, que reclamou. Foi o canto do cisne. O Benfica, que quase marcara por Di María (60') e Carlos Martins (65'), chegou mesmo ao 1-3 e quando Tiero reduziu, o Benfica limitou-se a gerir até final o triunfo que o coloca na rota do título.
Académica 2-3 Benfica
Estádio Finibanco Cidade de Coimbra
relvado razoável
21 742 espectadores
Árbitro Carlos Xistra (AF Castelo Branco)
Assistentes Luís Marcelino e Jorge Cruz
4º Árbitro André Gralha
-
Académica
Treinador André Villas-boas
1 Rui Nereu GR a 4
19 Pedrinho LD a 4
5 Berger DC a 4
4 Luiz Nunes DC a 82' 5
22 Emídio Rafael LE a 5
66 Nuno Coelho MD a 6
33 Tiero MO a 6
85 Diogo Gomes MO a 7
18 Sougou AD a 5
21 Éder AV a 4
25 João Ribeiro AE a INT 5
-
12 Ricardo GR d
30 Pedro Costa LD d
2 Amoreirinha DC d
28 Jonathan Bru MD d
17 Cris MO d
14 Miguel Fidalgo AV d 82' -
27 Vouho AV d INT 4
-
Golos [1-1] 29' Diogo Gomes [2-3] 88' Tiero
amarelos 15' Luiz Nunes, 26' Sougou, 74' Berger, 81' Diogo Gomes e Tiero
vermelhos Nada a assinalar
Benfica
Treinador Jorge Jesus
12 Quim GR a 5
14 Maxi Pereira LD a 6
27 Sidnei DC a 4
23 David Luiz DC a 5
18 Fábio Coentrão LE a 6
6 Javi García MD a 5
10 Aimar MO a 79' 5
5 Rúben Amorim AD a 6
20 Di María AE a 7
19 Weldon AV a 69' 8
7 Cardozo AV a 57' 5
-
1 Moreira GR d
28 Miguel Vítor DC d
2 Airton MD d
8 Ramires MO d 79' -
17 Carlos Martins MO d 57' 6
31 Alan Kardec AV d 69' 5
21 Nuno Gomes AV d
-
Golos [0-1] 3' Weldon [1-2] 42' Weldon [1-3] 80' Rúben Amorim
amarelos 54' Rúben Amorim, 84' Javi García, 90'+2' Maxi Pereira
vermelhos Nada a assinalar
Fonte: OJOGO, 19 de Abril
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