sexta-feira, 2 de abril de 2010

Benfica vence favoritismo do Liverpool (01-04-10) resumo

A final da Liga Europa anunciada por Jorge Jesus acabou com a vitória do Benfica. O problema, para os benfiquistas, é que esta era uma final antecipada e que foi apenas uma espécie de primeira parte, pois na próxima quinta-feira ainda se joga a segunda mão em Liverpool. Graças aos dois penáltis de Cardozo, que desta vez não tremeu da marca dos 11 metros, os encarnados viajam com a magra vantagem de um golo - a mesma com que partiram para o histórico encontro da Liga dos Campeões de 2005/06, embora desta vez com um golo sofrido - e isso dá-lhes um ligeiro favoritismo. Afinal, ainda é melhor vencer por 2-1 do que perder. E foi por isso que, ao contrário do que fez no jogo em casa frente ao Marselha, e que mais tarde lamentou, Jesus defendeu a vantagem nos minutos finais, quando colocou Airton ao lado de Javi García.

O resultado, embora positivo, acaba por saber a curto. Porque o Benfica dominou quase sempre o seu poderoso opositor e esteve com mais um homem em campo a partir dos 30', devido à expulsão de Ryan Babel. Mas o explosivo ambiente da Luz, acentuado com uma sucessão de petardos estúpidos a rebentar no relvado, parece ter deixado a equipa com os nervos à flor da pele, tanto mais que, com o campeonato praticamente ganho, a Liga Europa é agora uma tentação demasiado apetecível. Viu-se isso no demasiado empenho nas discussões entre os jogadores encarnados e nas muitas decisões precipitadas: foi a finalização mal feita, o passe demasiado longo ou o drible desnecessário.

Sem Saviola, Jorge Jesus apresentou o onze previsível, com Aimar no apoio a Cardozo - a meia surpresa foi a colocação dos alas trocados. E o técnico benfiquista também adivinhou os pensamentos de Rafa Benítez, que colocou Gerrard muito perto de Fernando Torres e espalhou a sua equipa num 4x4x2 clássico. O que Jesus não adivinhou foi a jogada do golo madrugador dos reds, um livre que em Portugal se chama "à Camacho". Todos esperavam um cruzamento forte e tenso de Gerrard para a "molhada", mas o capitão do Liverpool acabou por dar rasteiro para à entrada da pequena área, onde Agger mostrou habilidades que nunca antes lhe tinham sido vistas: desviou de calcanhar e marcou um golaço.

Ao sofrer um golo ainda na madrugada do jogo, o Benfica abanou. Foi a fase das discussões, das más finalizações, dos passes demasiado longos e demasiado curtos, das fintas desnecessárias. Mas, ao mesmo tempo, os encarnados mostraram o carácter de uma grande equipa. Olharam o adversário de frente e obrigaram o Liverpool a queimar tempo ainda durante a primeira parte. Tanto coração acabou por resultar numa cambalhota no marcador, repetindo o que já tinha acontecido em Marselha. Aliás, parece que os encarnados guardaram as reviravoltas para esta fase da época, pois até ao jogo no Vélodrome não tinham recuperado de nenhuma das anteriores sete partidas que tinham começado a perder (três empates e quatro derrotas).

O golo do empate surgiu na altura certa, quando se esgotava o primeiro quarto de hora da segunda parte. Jesus queria mais e logo a seguir colocou Nuno Gomes em campo, tirando Maxi Pereira e recuando Ramires para o lado direito da defesa. O Benfica passou a jogar com dois pontas-de-lança na área, mas começaram a rarear as bolas que lá chegavam. A única que chegou, já o estádio tinha tido um ataque cardíaco com uma enorme perdida de Fernando Torres, foi pelos pés da enguia Di María. O argentino fugiu pela esquerda e cruzou para o corte de Carragher com a mão. Foi nesta altura que, pela primeira vez esta época, o árbitro de baliza inventado pela UEFA fez sentido: deu sinal ao juiz principal para marcar grande penalidade. Cardozo, de novo olhos nos olhos com Reina, atirou a bola para o mesmo sítio, mas desta vez mais devagar, com a certeza de que não podia falhar. A mesma confiança irá agora entrar com ele em campo em Anfield Road, na finalíssima.

Benfica 2-1 Liverpool

Estádio da Luz

relvado bom estado

62 629 espectadores

Árbitro Jonas Eriksson (suécia)

Assistentes STEFAN WITTBERG e Mathias Klasenius

Assistentes auxiliares Stefan Johannesson e Martin Ingvarsson 4º árbitro MARKUS sTROMBERGSSON

BENFICA

Treinador JORGE JESUS

13 Júlio César GR 6

14 Maxi Pereira LD a 66' 5

4 Luisão DC 5

23 David Luiz DC 6

18 Fábio Coentrão LE 7

6 Javi Garcia MD 5

20 Dí Maria AD 7

17 Carlos Martins MO a 72' 5

8 Ramires AE 7

10 Aimar AV a 87' 5

7 Cardozo AV 7

1 Moreira GR

27 Sidnei DC

2 Airton MD d 87' -

5 Rúben Amorim MD d 72' 5

24 Felipe Menezes MO

21 Nuno Gomes AV d 66' 6

31 Kardec AV

Golos

[1-1] 59' Cardozo (g.p.) [2-1] 79' Cardozo (g.p.)

amarelos 29' Luisão, 37' David Luiz,

vermelhos nada a assinalar

LIVERPOOL

RAFAEL BENÍTEZ Treinador

25 Reina GR 5

2 Johnson LD 5

23 Carragher DC 4

5 Agger DC 6

22 Insúa LE 4

21 Lucas MD 5

20 Mascherano MD 6

18 Kuyt AD 6

19 Babel AE 2

8 Gerrard AV a 90+1' 6

9 Torres AV a 82' 6

1 Cavalleri GR

16 Kyrgiakos DC

28 Plessis MD

15 Benayoun MO d 90+1' -

47 Pacheco AE

24 N'Gog AV d 82' -

31 El Zhar AV

Golos

[0-1] 9' Agger

amarelos 45'+1' Insúa, 74' Reina, 78' Carragher

vermelhos 30' Babel



Fonte: OJOGO, 2 de Abril



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