O Santiago Bernabéu encheu-se para receber o jogo do título, mais de 500 milhões de
pessoas por todo o mundo interromperam as suas vidas para assistirem pela televisão ao mais clássico dos clássicos espanhóis, ao confronto entre dois dos maiores clubes do planeta, ao duelo entre os melhores jogadores do momento. Real e Barça, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, um cartaz de sonho que não defraudou ninguém, mesmo se algumas estrelas falharam a chamada por motivos físicos - Kaká, pelos merengues, e Ibrahimovic, pelos catalães. No fim, a conclusão é óbvia: os catalães foram bem melhores que os merengues, Messi foi claramente superior ao português, e a filosofia dos visitantes afogou a estratégia galáctica dos anfitriões.
A vitória do Barcelona provou que, mais que as contratações milionárias, é a estratégia colectiva que torna uma equipa verdadeiramente fora de série. É verdade que Xavi e Messi foram enormes, mas foi o conceito de futebol inteligente e apoiado de Guardiola que vulgarizou o adversário e aproximou a equipa da conquista do título, isolada que está, agora, na primeira posição da tabela.
O Real Madrid apresentava o onze possível, face às ausências, as mesmas que condicionavam a formação do Barcelona, onde Pep Guardiola geria as suas armas em função da condição física dos seus atletas: deu-se ao "luxo" de ter craques como Iniesta, Henry e Bojan no banco, fez Dani Alves avançar para o flanco direito do ataque, optando por Puyol para o desempenho da missão de lateral-direito, e colocou Messi solto no eixo do ataque. Porém, independentemente da posição ocupada por cada elemento, é a dinâmica do sistema que separa esta formação das restantes. Com todos os mecanismos bem oleados, basta um ou outro rasgo de jogadores de outra dimensão para derrubar as barreiras de qualquer defesa: foi isso que aconteceu aos 33', quando Xavi lançou Messi para o primeiro golo, e aos 56', quando o mesmo médio proporcionou o segundo ao jovem Pedro. Pelo caminho ficaram ainda duas defesas extraordinárias de Casillas, que impediram o hat trick do argentino (que até tinha sofrido um penálti, logo aos 12', que Mejuto González não assinalou).
Pellegrini, a partir do banco, ainda tentou alterar o rumo dos acontecimentos, mas as substituições que promoveu foram tão incompreensíveis como ineficazes. Pela primeira vez na história, o Barcelona vence duas partidas seguidas no Bernabéu - tinha, na época anterior, alcançado o inesquecível resultado de 6-2 - e dá um duro golpe ao único rival na luta pelo título. Ganhou o melhor.
Real Madrid 0 | Barcelona 2
Estádio Santiago Bernabéu
Árbitro Mejuto González
Casillas; Sérgio Ramos, Albiol, Garay e Arbeloa; Xabi Alonso, Gago, Marcelo (Guti, 57') e Van der Vaart (Raul 69'); Cristiano Ronaldo e Higuain (Benzema 80')
Treinador Manuel Pellegrini
Valdéz; Puyol, Piqué, Milito (Márquez 80') e Maxwell (Iniesta 62'); Busquets, Xavi e Keita; Dani Alves, Pedro e Messi
Treinador Pep Guardiola
Ao intervalo | 0-1
Golos | 33' Messi, 56' Pedro
Amarelos | 12' Xabi Alonso, 19' Messi, 30' Albiol, 31' Xavi, 39' Dani Alves, 52' Maxwell, 61' Sérgio Ramos, 84' Garay
vermelhos| Nada a assinalar
Fonte: OJOGO, 11 de Abril
Sem comentários:
Enviar um comentário